Escrivão de polícia agride esposa, ao ser preso atira em policiais, é atingido no pé e tem porte de arma suspenso

Na decisão, o juiz Océlio Nobre também converteu a prisão em flagrante em preventiva. Segundo a Justiça, escrivão tem histórico de violência contra a mulher, a família e os amigos dela.

A Justiça do Tocantins suspendeu o porte de arma do escrivão da Polícia Civil, suspeito de ameaçar e agredir a própria mulher, além de atirar contra policiais militares, nesta terça-feira (21). O juiz Océlio Nobre da Silva também decidiu converter a prisão em flagrante de Ricardo Pereira Braga Alves, de 35 anos, em preventiva. Isso significa que ele ficará preso por tempo indeterminado.

O caso aconteceu no Jardim Aureny III, em Palmas, no momento em que Ricardo foi abordado pela PM após denúncia de violência contra a mulher. No momento, ele reagiu, resistiu à prisão e atirou contra os militares. Por causa disso, acabou sendo baleado no pé e encaminhado ao Hospital Geral de Palmas, onde passou por cirurgia.

A decisão foi publicada por volta das 19h desta terça-feira. No documento, o magistrado ressalta que, conforme declaração das vítimas, o escrivão possui histórico de violência física e psicológica contra a esposa, além de ameaça de morte, contra a mulher, família e amigos dela.

Além disso, Océlio ressalta que Ricardo se mostra aparentemente perigoso, pois se recusou a acompanhar os policiais militares para uma delegacia, confrontou os militares e resistiu à ordem de parada mediante disparos de arma de fogo, de modo que criou risco para a coletividade.

Na visão do magistrado, o policial revelou despreparo e imaturidade para portar arma de fogo.

O porte de arma não constitui uma permissão irrestrita para uso da mesma segundo os critérios ilícitos do policial, mas como instrumento de defesa pessoal e da coletividade. O autuado mostrou, ao menos neste momento processual, não possuir os requisitos psicológicos para exercer o direito de porte, razão pela qual o mesmo deve ser suspenso“, disse.

O escrivão ainda não passou por audiência de custódia, porque continua internado no HGP. Mesmo assim, diante do histórico, o juiz decidiu converter a prisão em flagrante em prisão preventiva, aquela que não há prazo para terminar.

Conforme o juiz, outras medidas cautelares se mostrariam insuficientes para assegurar a ordem pública e preservar a integridade física e psicológica da vítima, sua companheira, bem como a de seus familiares.

‘Embriagado’

A Polícia Militar informou que durante a ocorrência, o escrivão estava ‘visivelmente embriagado’ e teria desrespeitado a equipe da PM.

Com isso, os policiais solicitaram apoio, foi quando o escrivão fugiu de carro. Nesse momento, a PM teria dado ordem de parada, que não foi obedecida. O policial civil teria, então, atirado contra a equipe, que revidou. A Polícia Militar apreendeu uma pistola e um veículo.

Ricardo é escrivão da Polícia Civil desde 2017 e atualmente está lotado na Delegacia de Repressão a Furtos Roubos Veículos Automotores, em Palmas, segundo dados do Portal da Transparência.

A Secretaria de Segurança Pública (SSP-TO) informou, em nota, que “a apuração dos fatos prosseguirá em procedimento próprio”. O órgão ainda disse que foi aberta uma sindicância pela corregedoria para investigar a conduta do policial na parte administrativa e para as demais providências necessárias.

A Secretaria informou, ainda, que não compactua com qualquer tipo de violência contra a mulher e que todos os seus servidores devem adotar os mesmos preceitos.

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