Relatos apontam graves denúncias de cobranças indevidas no Acampamento Rural Esmeralda, em Araguatins

Depoimentos citam cobranças e presença de homens armados.

Relatos anônimos, feitos por moradores do Acampamento Rural Esmeralda, na zona rural de Araguatins, no norte do Tocantins, descrevem um ambiente marcado por pressão psicológica, cobranças financeiras, fome infantil e presença de homens armados.

Segundo os depoimentos, muitos acampados viveriam “sob supervisão do medo”, temendo represálias ao tentar deixar o local ou denunciar irregularidades. Há relatos de expulsões de pessoas que discordavam da condução interna. “Lá dentro, quem questiona vira alvo”, disse um ex-morador. Outros relatos apontam cobranças que variariam de R$ 50 a R$ 2.800 para permanência no acampamento ou supostos serviços ligados à reforma agrária, além da venda de “declarações” a R$ 100, que, segundo os denunciantes, não teriam validade junto ao Instituto de Colonização e Reforma Agrária (INCRA). O órgão federal reforça que todo o processo é gratuito e que não autoriza intermediação por terceiros.

Parte das denúncias menciona fome infantil e supostas restrições à entrada de alimentos, o que teria levado famílias a recorrerem a frutas da mata e animais silvestres. Também foram descritas rondas de homens armados, que, de acordo com os relatos, intimidariam quem buscava contato com o INCRA. Não há registros oficiais que confirmem essas informações.

Os denunciantes afirmam ainda que, durante visitas de órgãos públicos, acampados não podiam conversar livremente, sempre acompanhados por supostos coordenadores. Relatos mais sensíveis mencionam casos de violência sexual, embora não haja boletins de ocorrência registrados na região que confirmem os episódios.

O contexto coincide com o anúncio do Projeto de Assentamento Esmeralda, do INCRA, que prevê 354 lotes e critérios técnicos para seleção. Os depoimentos sugerem que informações distorcidas sobre o processo estariam circulando dentro do acampamento, levando algumas famílias a acreditar que pagamentos garantiriam vagas.

O espaço estará aberto para manifestação de envolvidos. Os depoimentos anônimos, não confirmados, tem o intuito de alertar autoridades e proteger possíveis pessoas em situação de vulnerabilidade.

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