Grupos de Redes sociais da direita brasileira clamam por revolta inspirada no Nepal

Postagens incitam protestos contra o STF em meio ao julgamento de Jair Bolsonaro; ministro Flávio Dino pede investigação sobre ameaças aos ministros.

As redes sociais de grupos da direita brasileira estão em ebulição, com uma série de postagens que evocam os recentes protestos no Nepal. Há um desejo crescente entre esses usuários de ver uma revolta semelhante no Brasil, especialmente em relação ao Supremo Tribunal Federal (STF), que está prestes a concluir o julgamento de Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus envolvidos na tentativa de golpe de Estado.

Nesta quarta-feira (10/9), o ministro da Justiça, Flávio Dino, protocolou uma representação junto à Polícia Federal (PF), solicitando investigações sobre as postagens que estão incentivando ataques letais aos ministros do STF e seus familiares, além de propostas de destruição da sede do tribunal. “Entre os traços que chamam atenção, há uma constante alusão a eventos ocorridos no Nepal, o que parece sugerir uma ação concertada com caráter de incitação”, declarou Dino em sua solicitação à PF.

O cenário no Nepal se agravou após a renúncia do primeiro-ministro KP Sharma Oli na terça-feira (9/9). Os protestos, impulsionados pela insatisfação popular, foram motivados por uma controversa proibição governamental de uso de redes sociais, corrupção generalizada e um ambiente econômico desfavorável. Este descontentamento resultou em uma onda de distúrbios, que já deixaram mais de 30 mortos.

Diante desse contexto, a direita brasileira encontra uma nova inspiração na luta nepalesa, utilizando as redes sociais como plataforma para disseminar seus anseios de mudança. As postagens, recheadas de menções aos eventos recentes no Nepal, visam galvanizar o apoio à ideia de um levante popular no Brasil, impulsionando discussões sobre a legitimidade do STF e suas decisões.

Flávio Dino espera que as investigações apontem para a necessidade urgente de inibir essa radicalização nas redes sociais, uma vez que os apelos à violência e ao desmantelamento das instituições democráticas constituem riscos mordazes à estabilidade política do país

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