A decisão do ministro Mauro Campbell Marques, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), determinou o afastamento do governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa, e da primeira-dama, Karynne Sotero, em meio a um esquema de corrupção que já é considerado o maior da história do Estado .
A investigação revelou diálogos comprometedores de operadores do esquema, mas também expôs a postura firme do prefeito de Colinas, Kasarin, que se recusou a participar de fraudes e tomou medidas contra suspeitas em sua gestão.
Em relatório, a Polícia Federal destaca que o cancelamento de um processo em Colinas ocorreu por temor do prefeito diante de denúncias de propina:
“…em face do fracasso das negociações em virtude de denúncias de propina que atingiram o secretário, motivando o cancelamento do processo por temor do prefeito de Colinas/TO…” 
Em conversas interceptadas, o operador Kaká Lucena relata a resistência do gestor:
KAKÁ LUCENA: “Quando ele [prefeito] me ligou já tinha dito que não iria mais autorizar porra nenhuma porque sabia que tinha esquema pesado lá dentro.”
KAKÁ LUCENA: “Então bixo. Foda-se Kasarin!!!”
PC LUSTOSA: “kkkkkkk”
KAKÁ LUCENA: “Esse secretário foi guloso demais…” 
Em outro trecho, a gravidade da denúncia contra um secretário de Colinas fica clara:
KAKÁ LUCENA: “O que você está esquentando é que ele [prefeito] já ligou puto da vida porque já tinha informação de que o Secretário estava levando propina e que já tinha provas!!! (…)
Ninguém tramita contrato e todos sabem quem entregou o Secretário em Colinas. Foi a própria parente dele e a subsecretária que não estava levando nada e ele não repassou!!!”

De acordo com a decisão do Ministro, o prefeito teria descoberto o esquema de propina em uma Secretaria. Diante da confirmação, Ksarin suspendeu a contratação de serviços para a referida pasta, frustrando os interlocutores pela não autorização para a realização de compras.
Enquanto o escândalo derruba a cúpula do Palácio Araguaia e expõe a estrutura de um dos maiores esquemas de corrupção já apurados no Tocantins, os diálogos demonstram que em Colinas a ordem foi de tolerância zero e que a sociedade ainda pode confiar em Gestores honestos e comprometidos com a administração pública.
Acompanhe a decisão na íntegra