A Procuradoria Regional Eleitoral do Tocantins já emitiu parecer favorável à cassação do registro eleitoral do prefeito em meio a alegações de irregularidades e uso indevido de recursos públicos
Na manhã do dia 27 de janeiro de 2026, às 09h, o Tribunal Regional Eleitoral do Tocantins (TRE/TO) realizará o julgamento que poderá resultar na cassação do mandato do prefeito de Goiatins, Manoel Natalino. A audiência está sendo aguardada com grande expectativa, uma vez que as alegações de irregularidades eleitorais estão colocadas em destaque pela Procuradoria Regional Eleitoral do Tocantins (PRE/TO).
A manifestação da PRE/TO surge em resposta a um Recurso Eleitoral, que solicita a revisão de uma decisão anterior do tribunal. Nessa decisão, a corte reconheceu a presença de condutas vedadas durante as eleições, conforme o estipulado no artigo 73 da Lei nº 9.504/97, que regula questões eleitorais. Embora irregularidades tenham sido admitidas, os pedidos de cassação de registro e a inelegibilidade dos candidatos envolvidos não foram acolhidos naquele momento.
No relatório enviado pela PRE/TO, são apontadas diversas irregularidades que poderiam ter influenciado o resultado das eleições locais, que foram decididas por uma margem mínima de apenas 16 votos. Entre as irregularidades citadas, destaca-se o uso indevido de recursos públicos. Um motorista da prefeitura confessou ter utilizado um caminhão do município para realizar transportes de natureza pessoal durante a campanha, prática que caracteriza desvio de função e recursos.
Outro ponto alarmante levantado na manifestação da PRE/TO é o aumento exorbitante nos gastos com combustíveis, que superaram R$ 145 mil. A Procuradoria questiona se esses gastos não estão relacionados a atividades eleitorais e se houve uso inadequado de veículos públicos para favorecer a campanha do prefeito.
Adicionalmente, foram mencionadas contratações temporárias e de diaristas durante o período eleitoral, com fortes indícios de que promessas de emprego estariam sendo feitas em troca de votos, configurando abuso de poder político e econômico. Esses elementos foram citados como fundamentais para a anulação do registro de Manoel Natalino, reforçando a necessidade de uma análise criteriosa por parte do TRE.
Em contrapartida, os candidatos eleitos, incluindo Manoel Natalino, contestam as alegações apresentadas por Max Cruz. Eles defendem a legitimidade da decisão anterior do tribunal e afirmam que as acusações se baseiam em inconsistências e falta de provas concretas. Os eleitos sustentam que o uso de veículos e recursos públicos não beneficiou a campanha de forma generalizada, mas sim um pequeno grupo, além de insistirem que não há evidências que conectem as contratações a promessas de votos.
Com a proximidade do julgamento, a tensão política em Goiatins aumenta e essa decisão poderá impactar significativamente a liderança municipal e a governabilidade da cidade.



