Durante a 2ª Palestra na Roça, representantes de comunidades se uniram em prol da reforma agrária e reclamaram medidas contra a violência no campo.

A alegria e a esperança tomaram conta da Comunidade Recanto Esperança, em Palmeirante, na última sexta-feira, 29 de junho, quando mais de 300 camponeses e camponesas se reuniram para celebrar a criação de seis novos assentamentos na região, um compromisso anunciado pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante sua visita ao Tocantins, onde foram assinadas portarias que consolidam essas novas áreas.

O evento, que faz parte da iniciativa chamada Palestra na Roça, contou com a presença do Superintendente da CONAB, Marco Túlio, que apresentou as políticas do governo federal voltadas para a segurança alimentar e o fortalecimento da agricultura familiar. Hilton Faria, Chefe da Divisão do INCRA, também contribuiu, esclarecendo os critérios para a criação dos assentamentos e aos documentos necessários para o processo seletivo.

O evento teve um caráter festivo, reunindo danças indígenas, músicas da terra e a partilha de alimentos produzidos pelas comunidades presentes. Participaram representantes de 11 associações e sindicatos, incluindo a Associação Recanto Esperança, Associação Boa Esperança e o Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Colinas e Região (STTR), mostrando a força e a união do movimento camponês local.

Carta de Intenções e Luta por Justiça

Em um momento significativo, os representantes de diversas entidades assinaram uma carta de intenções que exprime não apenas sua celebração, mas também suas preocupações. A carta destaca a violência no campo, que resulta de desigualdade estrutural, grilagem de terras e a impunidade de agentes públicos e privados. Os camponeses enfatizaram a necessidade urgente de fortalecer a resistência e proteger as famílias por meio da criação de comitês locais de vigilância e solidariedade.

“É fundamental que tenhamos um estado presente na nossa região, garantindo nossa segurança e promovendo a reforma agrária de maneira efetiva”, disse um dos líderes durante o evento. Eles também solicitaram a presença de órgãos como a Defensoria Pública e o Ministério Público para garantir os direitos das comunidades e a titulação definitiva de terras.

Além disso, os camponeses reconheceram a importância de mapear casos de violência, enviando relatórios a instituições nacionais e internacionais, como a Comissão Interamericana de Direitos Humanos. “Precisamos integrar nossas redes de apoio e fortalecer a mobilização, combatendo a grilagem de terras e apoiando projetos agroflorestais que promovam autonomia alimentar”, reforçou um representante do STTR.

A luta pela reforma agrária e pela criação de novos assentamentos é um passo crucial para garantir justiça, segurança jurídica e paz para todos, e há um compromisso claro entre os camponeses em manter-se firmes na defesa de seus direitos. “Queremos um futuro onde a terra seja livre e o alimento seja compartilhado”, afirmaram os presentes.

Com isso, os camponeses de Palmeirante demonstram não apenas sua celebração pela criação de novos assentamentos, mas também a determinação em enfrentar os desafios que ainda persistem no campo. A união e a mobilização da comunidade são fundamentais para o fortalecimento dessa luta, em busca de dignidade e justiça.